quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Amy don't you go

I want you around
Singin' woah please don't go
Do you wanna be a friend of mine?
Do you wanna be a friend of mine?


Did you tattoo a lucky charm
To keep you out of harms way?
Warding off all evil signs
But never really kept you safe...

De Madrugada no PC...

É exatamente assim que estou: como na imagem acima. Agora é por volta da uma da manhã e eu estou postando no Blog. Não sei, mas acho que adquiri hábitos de vampiros (é claro que sem toda aquela parada do sangue e tals). Estou preferindo a noite, parece que tudo que é feito à noite é mais prazeroso, inclusive postar no Blog. É uma calma maior, uma criatividade maior e uma paciência maior.
E eu poderia virar a noite aqui...

História Mal Assombrada

                "Dizem que é mal assombrada. Todos. Ninguém nunca entrou lá. Não existem provas de que é mal assombrada, mas ninguém nunca ousou duvidar.
                Há mais de duzentos anos, diz a lenda que vem de nossos tataravós, um velho se casou com uma mocinha. Não tiveram filhos nem felicidade. A história que deveria ser de amor acabou com um assassinato. Depois de matá-la, o velho nunca mais foi visto. Acredita-se que ele tenha se matado ou morrido de velho, afinal, velho ele já era, não ia demorar muito pra morrer. Suas almas vagam por aquela casa até os dias de hoje, e pelo jeito vagarão por toda uma eternidade.
                Não sei se acredito. Como saberiam que o velho matou a mocinha e não o contrário? Se bem que, naquela época era difícil uma mocinha matar seu marido, ainda mais aquela mocinha, que diziam ser tão doce e amável. Vai ver é verdade mesmo a história. Não sei.
                Minha mãe nunca está em casa à noite, trabalha de mãe social numa casa de acolhimento à menores abandonados. Meu pai, nunca o conheci nem cobro da minha mãe informações de um cara que nos abandonou antes mesmo de me conhecer. Que tipo de pai abandona seu filho antes mesmo de conhecê-lo? No mínino deve ser uma fonte inesgotável de falta de amor. Minha mãe sempre deu duro pra cuidar de mim, uma verdadeira guerreira. E por isso eu tento ser o melhor filho que eu posso.
                Mas aquela casa, aquela lenda... Me chamam muito a atenção. Sempre me interessei por coisas do tipo, mas sempre fui, também, muito cético. Não sou de acreditar fácil nas coisas como as pessoas são. Preciso de provas. E às vezes acredito que não existam as tais provas dos absurdos que o povo toma como verdades incontestáveis. Minha mãe uma vez descobriu que eu planejava entrar na casa mal assombrada. Ela ficou uns três dias me convencendo de que tinham fantasmas lá, de que não podia ir e ponto final. Me fez jurar que eu nunca ia entrar lá. E nem ficou satisfeita com meu juramento, me arrumou uma babá por um tempão.
                Entendo minha mãe. Eu sei que não vai acontecer nada comigo, mas ela não sabe. E tem muito medo de me perder. Por horas acho que minha mãe vê em mim um restinho do meu pai, que ela sim conheceu. E bem por sinal.
                Agora que já estou maior minha mãe parou com a história de babá. Ainda bem, detesto babás. Elas só sabem assistir televisão e comer as coisas da gente. E colocar a gente pra dormir às oito, um tremendo absurdo. A noite é o período que mais gosto. Costumo ler meus livros infanto-juvenis e escrever baboseiras que nunca leio depois. É quando sou mais criativo e paciente, mais calmo. Pra mim a noite é como uma porta para mistérios e mistérios levam a aventuras. Adoro aventuras. Por isso sonho em entrar naquela casa mal assombrada e, sinceramente, iria gostar muito mais se a casa fosse realmente mal assombrada. Nunca vi nenhum fantasma e acho que seria o primeiro dessa pequena cidade a ver um. Ou dois, no caso.
                Na escola sou chamado de “o menino solitário”. Mas não me chamam assim por zombaria, é porque eu sou mesmo solitário, isso é algo que tem a ver comigo, a solidão. Gosto dela. E é por isso que nunca divido com ninguém meus sonhos e planos, aventuras e tantas coisas mais. É tudo tão meu... E se houvesse outra pessoa no meio, ficaria estranho. Então não vou contar pra ninguém que vou entrar naquela casa e muito menos chamar alguém pra ir comigo.
                É isso aí, eu vou entrar lá. Já fiz todo o esquema, os planos e está tudo certo agora. Eu sei que prometi pra minha mãe que nunca iria até lá. Mas... Eu preciso. Esse desejo queima dentro de mim há muito tempo. Se um dia ela descobrir, entenderá. Eu espero... Mas nisso eu penso depois.
                Amanhã eu realizarei meu primeiro sonho grandesco, um dos mais ousados que tive até hoje. Minha mãe estará trabalhando, como em todas as noites, (eu vou entrar lá à noite, tem mais essa!) e ainda vai ter uma grande festa, sabe, o Carnaval. A cidade inteira vai estar lá, então ninguém vai me ver.
                Vou levar meu diário infinito, que é como o chamo, para anotar algumas coisas. Chamo de infinito porque tem muitas páginas. Penso ainda em pegar alguma coisa sem valor só pra me lembrar  de que um dia estive lá. E que não foi sonho.
Agora o jeito é fechar os olhos e tentar dormir...
...
                É, minha mãe já foi tem um tempão. O Carnaval também já começou. É chegada a hora. Mochila com diário, salgadinho e câmera nas costas, lanterna na mão e muita coragem, porque quando se aproxima, uma coisa fria se instala na barriga. E nem é medo. Não sei o que é. Andei, me aproximei, cheguei mais perto. Aquela casa não parecia assim tão sinistra como agora. Deve ser porque está escuro, e minha lanterna não é tão gigante. Ventos frios, corujas piando. Por um instante me senti dentro de um filme. Mas não é filme, é vida real. Me lembrei do meu ceticismo. Segui em frente. Toquei o portão gelado da casa, que é bem grande, quase uma mansão. Afastei para frente e entrei. Era sem dúvida de uma beleza mórbida, o meu tipo predileto. O coração batia mais rápido. Não, eu não tenho medo, era emoção. Ouvi um barulho de vento nas folhas secas –era outono– e levei um ligeiro susto. Encostei uma mão na porta vermelha e os ventos não paravam. Nem as corujas. E o silêncio humano me fazia escutar minha própria respiração. Meu coração batendo forte por vezes me assustava. Mas tudo bem. Empurrei a porta que daria para dentro da casa e ela não abriu. Talvez estivesse trancada. Mas eu tentei de novo. Outra vez. Nada. Como poderia estar trancada se ninguém nunca entrou? O velho não iria trancar a porta, certeza. Não, minha teimosia diz que essa porta não está trancada coisa nenhuma. Empurrei com força e...
                Abriu!
                Iluminei com a lanterna e vi uma sala muito bonita. Arrumadinha. Tomei um ar, suspirei e decidi. É, é agora ou nunca. Eu não sou garoto de nunca, então é agora.
                Entrei.
                Fui andando devagar. Estava tudo escuro, mas nem adiantava procurar um interruptor porque na certa não tinha. O jeito era continuar iluminando com a lanterna mesmo. Fiquei por um tempo observando a sala, que era muito bonita. Tinham na parede umas pinturas de natureza mórbida, algo que me fascina. Estava frio, mas não iria fechar a porta.
                Resolvi sair da sala e ir para outro lugar. Vi uma porta e entrei. Vi um vulto passar rápido por mim e levei um grande susto! Com o coração batendo na velocidade da luz, deixei a lanterna cair. Eu sou cético, mas o que eu vi, eu vi. E tremendo, quase sem conseguir me mexer, consegui pegar a lanterna e correr para fora. Bem, correr não. Não consegui correr, isso foi o que eu desejei na hora, mas não consegui. Fui andando lentamente, que era como meu corpo permitia. Cheguei perto da porta da sala, mas...
                ...Plaft!
                A porta fechou sozinha com uma força quase sobrenatural. Quero dizer, sobrenatural mesmo, que tipo de porta se fecha sozinha? Dessa vez a lanterna caiu e ficou no chão. Eu fiquei parado, imóvel, paralisado de medo. A única coisa que conseguia fazer era tremer, o que, aliás, não conseguia parar de fazer. Estava tudo escuro, frio, assustador!
                Ouvia um choro de longe, bem de longe. Mas estava se aproximando. Cada vez mais perto e eu paralisado. Só conseguia pensar que este seria meu fim. Minha morte dada por teimosia. Devia ter escutado minha mãe, e a obedecido. Mas não, eu tenho sempre que fazer isto, sempre!
                O choro estava cada vez mais perto de mim e meu coração batendo tão forte que eu podia ouvi-lo bater. Tantas vezes por segundo e cada vez mais, mais e mais. À medida que o choro ficava mais próximo ficava também mais frio, mas não um frio normal, um frio que me lembrava morte. Morte. Era uma pessoa morta que chorava. Morta! Não era difícil de imaginar isso, mas eu queria evitar ao máximo de pensar nisso.
                O choro estava bem perto, atrás de mim. O frio estava cortante. E estava tudo ficando muito intenso. Mas eu não sentia a respiração que eu deveria sentir. Alguém estava chorando atrás de mim tão perto que eu deveria sentir a respiração. Mas o choro não era comum, nem a pessoa que chorava. Era uma pessoa morta. Eu não conseguia parar de pensar nisso. Aos poucos o frio me envolvia por inteiro até chegar a meu coração. O choro parecia vir de todos os lados. E eu sabia..."
Lowise Balford

P.S.: Conclui que o menino morreu, mas  creio que  o conto  está inacabado. Quando der na telha do Lowise, ele termina. XD.

Luanna, Vitória e Juninho na Pracinha

Elenco do filme "O Fantasma de Joe" em fotos tiradas na pracinha da famosa Capela de São Cristóvão.

Luanna
Vitória
Juninho

Filme: O Fantasma de Joe

Em Breve...